segunda-feira, 1 de setembro de 2008

metafísica aplicada

Suponha-se que os argumentos favoráveis ao realismo modal são muitíssimo fortes e que, dotados da força psicológica de David Lewis, descobrimo-nos capazes de abraçar convicta e sinceramente esta teoria. E então? Isso faria alguma diferença na nossa vida? Ou deveria fazer? Há quem pense que sim, que faria uma diferença terrível: aceitar a ontologia lewisiana levar-nos-ia à pura indiferença. Ou deveria levar-nos.

Não é difícil perceber a preocupação que aqui se coloca. Imagine-se que estou indeciso entre duas possibilidades, não interessa quais. A decisão pode ser trivial ou dramática -- também não interessa. Que importa o que escolherei fazer? Nada! Seja qual for a minha escolha, haverá um mundo tão real como este em que a minha contraparte (mais precisamente, alguém tal e qual como eu até ao momento da decisão) escolherá o contrário.